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Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade na infância e a relação com prejuízos na vida adul

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), caracteriza-se por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade que iniciam na infância, e podem persistir na vida adulta. Sabe-se que além dos sintomas descritos, encontramos também dificuldades em situações como organizar tarefas, manutenção da motivação e da persistência em trabalhos que exijam esforço mental, conclusão de atividade iniciadas ou tomar iniciativas, percepção falha da passagem do tempo, preferência por atividades novas e rapidamente prazerosas. Na maioria das vezes os sintomas são detectados no meio escolar, no entanto é necessário que os prejuízos comprometam o paciente em mais de 2 ambientes, como casa e grupo de amigos, para ser caracterizado como TDAH.
O transtorno é reconhecido pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e é um dos mais pesquisados mundialmente. Atinge cerca de 5,4% da população e pode ser ocasionada por complicações na gestação e parto, uso de drogas durante a gravidez e fatores genéticos, sendo muito comum a presença de sintomas semelhantes em um dos pais ou em parentes próximos.
O diagnóstico é clínico, ou seja, através da entrevista com os responsáveis pela criança, informações da escola e avaliação. Muitas são as dúvidas e inseguranças dos pais diante do diagnóstico, tratamento e manejo comportamental dos filhos. Dessa forma, o vínculo entre o médico, pais e a escola deve ser construído por disponibilidade, psicoeducação (orientações aos pais e educadores em geral ) e reavaliações regulares.
O impacto deste transtorno na vida dos pacientes envolve o maior risco de uso de drogas, gestação não planejada, doenças sexualmente transmissíveis, acidentes de trânsito, problemas legais, fracasso escolar, dificuldades financeiras, desemprego, baixa autoestima, entre outros.
Evidências científicas indicam o uso de psicoestimulante associado a terapia cognitiva comportamental como excelentes soluções para o transtorno. O tratamento precoce irá depender da faixa etária da criança, dos prejuízos existentes e presença de outros transtornos associados. Dessa forma, a estratégia terapêutica deve ser individualizada para que o tratamento atenda as necessidades de cada criança, visando solucionar ou amenizar o problema para evitar prejuízos na vida adulta.
Dra. Roberta Rovere Parker Nicolau
Psiquiatria da Infância e Adolescência
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