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Histórico do Consumo de Crack no Brasil


O crack surgiu entre 1984 e 1985 em bairros pobres e marginalizados de Los Angeles, Nova York e Miami. Era obtido a partir de um processo caseiro e utilizados em grupos, em casas abandonadas e precárias. As informações sobre como o crack chegou ao país, são geralmente provenientes da imprensa ou de órgãos policiais. As apreensões dessa substância realizadas pela Policia Federal tiveram início a partir do ano de 1990, aumentando em 166 vezes no período de 1993 e 1997. Já a apreensão da pasta básica no mesmo período na Região Sudeste teve um aumento de 5,2%.

No início dos anos 2000, instituições ligadas a infância e a imprensa anunciaram uma provável redução do consumo de crack em São Paulo, bem como da procura por atendimento na rede pública municipal de saúde. No entanto, ocorreu o oposto. Os dois levantamentos domiciliares (2001 e 2005) realizados pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) mostraram que o consumo dessa droga quase dobrou.

O histórico de uso de crack no Brasil passou por consideráveis mudanças nos últimos 20 anos e se tornou uma realidade grave e perene que necessita de soluções especificas e com durabilidade. O perfil dos consumidores de crack no pais é formado por jovens, desempregados, com baixa escolaridade e baixo poder aquisitivo, provenientes de famílias desestruturadas, com antecedentes de uso de múltiplas drogas e comportamento sexual de risco. A adesão ao tratamento passa por muitas dificuldades, sendo necessárias abordagens mais intensivas e diversificadas. Outras dificuldades do usuário de cocaína e crack para adesão ao tratamento é o não reconhecimento do consumo como um problema, passando pelo status de ilegal e a criminalidade relacionada a essas drogas, pela estigmatização e pelos preconceitos, pela falta de acesso ou pela aceitação dos tipos de serviços existentes.

O uso de crack vem sendo observado em idades cada vez mais precoces, em todo o país e em todas as classes sociais. Trata-se de uma droga de fácil obtenção, cujo o consumo em geral é precedido pelo consumo de álcool e/ou tabaco. Desse modo, as políticas públicas brasileiras precisam ser direcionadas para a prevenção do consumo nessas populações, visando primeiramente programas efetivos de prevenção de consumo de drogas licitas, atentando a geopolítica das drogas.

Dr. Fernando Vieira da Rocha

Médico

CRM/SC 16057

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