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  • Foto do escritorRedação InJQ

O que a neuropediatria tem a ver com a volta às aulas?


Estamos iniciando mais um ano letivo. Junto à compra de materiais escolares e uniformes, vem também a rotina de dormir e acordar cedo. Se durante as férias as crianças tinham permissão para esticar as brincadeiras ou assistir televisão e navegar na internet até tarde; agora, a ordem é desacelerar o ritmo e fazer a criançada dormir mais cedo.

Acertar o relógio biológico leva uns dias e a melhor estratégia é não deixar a mudança de hábitos para a véspera da volta às aulas. Dormir bem é importante e não só para ter um bom desempenho na escola. Se a criança está cansada, fica irritada e tem dificuldades para concentrar-se nos estudos. Assim, atentar para a presença de distúrbios do sono como insônia, sonambulismo e terror noturno é muito importante.

Também é imprescindível lembrar aos pais que a falta de sono não é a única causa de dificuldades de atenção na idade escolar. É extremamente comum encontrarmos crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O famoso TDAH é caracterizado pela presença de três sintomas básicos: desatenção, agitação e impulsividade. Para o diagnóstico do transtorno, esses sintomas precisam estar presentes em no mínimo dois ambientes. Dessa forma, com o início das aulas, os sintomas de desatenção e agitação podem ficar mais aparentes.

Pais, mães e professores precisam estar atentos àquelas crianças que parecem estar “no mundo da lua”, que perdem o foco com facilidade, que erram coisas por falta de atenção, que não param quietas, levantam-se, conversam excessivamente ou interrompem as aulas. Esses sintomas podem ser sinais de TDAH e devem ser avaliados adequadamente, pois levam à queda do rendimento escolar.

Outro aspecto que parece se tornar mais comum quando as aulas recomeçam são as dores de cabeça. Nem sempre as dores de cabeça são causadas por sinusite ou por necessidade de óculos. Uma causa muito comum de dor de cabeça, na infância, é a enxaqueca.

A enxaqueca afeta cerca de 8% das crianças entre 8 e 15 anos de idade e além de extremamente prevalente, leva a impacto social elevado, correspondendo a um dos principais motivos de abstenção escolar e comprometimento das atividades de vida diária. Estima-se que adolescentes com enxaqueca apresentam um índice de abstenção escolar cerca de duas vezes maior que aqueles sem a doença.

Todo o impacto causado pela enxaqueca pode ser, em grande parte, atribuído, também, a presença de comorbidades. A doença pode estar associada a diversas condições como ansiedade, dificuldades de sono e depressão.

Para que os pais suspeitem desta condição, o mais importante é observar a criança. Para o diagnóstico de enxaqueca, o aluno precisa apresentar episódios de dor de cabeça com as seguintes características: duração de 1 a 72 horas, dor hemicraniana (dói mais de um lado da cabeça que do outro), pulsátil (bate como se tivesse um coração pulsando dentro da cabeça), moderada a forte intensidade (a criança para de brincar), associada à piora com luz e/ou barulho; enjoo e/ou vômitos.

Em vista disso, atentar para essas condições neuropediátricas pode ajudar nossas crianças a iniciarem o ano letivo com o pé direito, isto é, com um adequado desempenho escolar.

Dr. Jaime Lin CRM/SC 11401 Especialista em Pediatria – RQE 8287 Especialista em Neurologia Pediátrica – RQE 8330

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