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  • Foto do escritorRedação InJQ

Trocar a escrita à mão por digitação pode prejudicar o desenvolvimento da criança


Hoje em dia, não importa qual a idade da criança, todas parecem ter nascido com a habilidade de dominar o teclado e realizar as mais diferentes atividades pelos aparelhos eletrônicos. Peça para uma criança trocar o tablet ou o smartphone por lápis e papel e veremos, então, o interesse cair drasticamente.

Apesar de alguns países, como a Finlândia, planejarem substituir gradativamente a escrita à mão pela digitação, estudos recentes demonstram que o manuscrito pode ser essencial para o desenvolvimento cerebral na infância.

Um recente estudo publicado por Karin James, nos Estados Unidos, avaliou crianças que, apesar de ainda não serem alfabetizadas, eram capazes de identificar letras. Elas só não sabiam como juntá-las na formação de palavras. Os participantes foram divididos em dois grupos: um foi treinado para copiar letras à mão e o outro, com a ajuda de computadores. O cérebro delas foi analisado com ressonância magnética antes e depois da atividade. O resultado? O órgão responde de maneira diferente em cada um dos casos.

No primeiro grupo, nas crianças que copiaram as letras à mão, a atividade cerebral era mais intensa em áreas que futuramente estariam relacionadas à leitura e escrita, enquanto que nas crianças que foram expostas apenas ao teclado, essa ativação cerebral foi bem menor. “É como se disséssemos que escrever à mão prepara o cérebro e facilita a leitura, quando as crianças passam por esse processo", disse Karin James.

É claro que não podemos negar os avanços tecnológicos. Expor as crianças às novas tecnologias é inevitável e o uso do teclado e das telas touch podem sim auxiliar no desenvolvimento de habilidades fundamentais para que as crianças se adaptem a era digital.

Não podemos esquecer, no entanto, que escrever de maneira tradicional, com lápis ou caneta, além de ativar diferentes áreas do cérebro, traz outros benefícios. A atividade exige maior concentração e, por isso, facilita a compreensão e o aprendizado. Além disso, há o desenvolvimento de habilidades motoras sofisticadas. O ato de escrever envolve todo um contexto: a posição do papel, a posição da caneta ou do lápis, a posição da mão ao segurar os objetos, a postura, a questão de espaço no papel, seria impossível treinar tudo isso apenas com a digitação.

Então, afinal, o que é melhor: Proibir o acesso aos eletrônicos? Abandonar o ensino da escrita? A resposta é: nem um, nem outro. O equilíbrio é tudo. É preciso valorizar o melhor da tecnologia e o melhor da escrita à mão para que a criança receba diferentes tipos de estímulo e, assim, desenvolva todo o seu potencial.

Para todos os questionamentos a respeito do neurodesenvolvimento ou sobre dificuldades no processo de aprendizagem, um neuropediatra sempre estará à disposição para ajudar!

Dr. Jaime Lin

CRM/SC 11401 Especialista em Pediat

ria – RQE 8287 Especialista em Neurologia Pediátrica – RQE 8330

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