Ex-colaboradores InJQ
Anticoncepção masculina: Mito ou realidade?

Considerado como um marco na história, a criação dos anticoncepcionais femininos permitiu com que a mulher programasse sua vida, possibilitando melhor formação profissional e planejamento familiar.
Este pequeno comprimido diário, que hoje em dia também está disponível em injeções, implantes subcutâneos e intravaginas, foi responsável, mesmo que indiretamente, pelo tão falado empoderamento feminino dos dias atuais.
Justamente no debate atual sobre os direitos das mulheres, surge a dúvida: Por que os homens não podem usar um método contraceptivo semelhante ao feminino? Apenas existe o preservativo, usado somente na “hora H”, sem poder haver uma proteção contínua previa? Afinal, anticoncepção masculina é mito ou realidade?
Por enquanto, a realidade permanece sendo o uso da “camisinha” e a vasectomia. Estes dois métodos impedem o espermatozoide de chegar ao óvulo por meios diferentes - um provisório e o outro definitivo.
A novidade é que estão em estudos outros meios de anticoncepção masculina. As pesquisas variam desde um gel que impede a passagem de espermatozoides pelos canais deferentes por um período próximo a dez anos, até substâncias que alteram a estrutura do espermatozoide para que não se movimente.
Em relação ao uso de hormônios, como funciona com as mulheres, estuda-se o uso de progesterona somado a testosterona, na tentativa de inibir o eixo hormonal masculino, que geraria diminuição da produção de espermatozoides, sem gerar tantos sintomas.
Mas, ainda há obstáculos na abordagem hormonal relacionados a lesões em fígado, diminuição do desejo sexual e possível ação irreversível na fertilidade.
Novos estudos são necessários para mudarem a prática de anticoncepção. Por enquanto, a famosa "camisinha" permanece como a melhor forma de anticoncepção masculina de forma reversível, também protegendo de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), as quais podem, eventualmente, afetar de forma negativa a fertilidade masculina.
Dr. Davi Francisco Machado
Médico Endocrinologista – CRM 19947 – RQE 15781
drdaviendocrino@hotmail.com