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  • Foto do escritorDr.ª Kelen Cancellier Cechinel Recco

Depressão Pós-Férias


É muito comum nessa época do ano voltarmos a escutar os termos “depressão pós-férias” ou “crise pós-férias” ou ainda “síndrome pós-férias”. Tudo isso porque tem a ver com o período onde muita gente consegue desfrutar de um longo período de recesso de final de ano ou até mesmo as sonhadas férias de verão. Além de sinônimo de descanso, lazer, praia, viagens, também é uma oportunidade de estar com familiares e mais tempo com os filhos, já que coincide com as férias escolares. Mas acima de tudo, para algumas pessoas, as férias podem ser o significado de um afastamento de um lugar não prazeroso do seu dia a dia, o ambiente de trabalho. Voltar a rotina de cobranças, metas, discussões, rancor de chefe, colegas estressados, barulho, má remuneração entre outros, pode gerar um grande sentimento de insatisfação, e ao retornar das férias, essa “síndrome” pode aparecer.

O profissional pode se sentir angustiado, ansioso, com dores musculares e até com dificuldade para dormir. Para essas pessoas, o retorno às atividades gera grandes problemas físicos, emocionais e comportamentais como, cansaço, problemas gastrintestinais, angústia, ansiedade, culpa, raiva, além de um risco maior de abusar de álcool, medicações e outras drogas. Uma pesquisa realizada em 2012 aponta que mais de 20% dos profissionais brasileiros sofrem da depressão pós-férias e que na quase totalidade desses casos refletem uma profunda insatisfação no trabalho.

Embora a maioria das pessoas possa sentir um ligeiro sentimento de tristeza pelo final das férias, isso não significa que têm depressão, pois os casos de depressão são mais graves, chegando mesmo a afetar a produtividade. O que inicialmente pode ser confundido com uma lentidão ao retorno às atividades, muitas vezes normal após um longo período de inatividade, pode se prolongar e se agravar e se transformar num problema para a pessoa. Muitas vezes transtornos depressivos e ansiosos podem ser agudizados por insatisfações relacionadas ao trabalho em pessoas que são susceptíveis a essas doenças. O descontentamento geralmente é de longo prazo, mas o profissional só consegue se atentar após o período de descanso, o que acaba dificultando a adaptação ao regresso ao trabalho.

Desse modo, talvez seja uma boa hora de avaliar qual é o foco do problema e, se for preciso, buscar a ajuda de um especialista. O importante é que o trabalho e a rotina não se transformem em motivo de sofrimento.

Dra. Kelen Cancellier Cechinel Recco

CRM/SC 13394 Especialista em Psiquiatria – RQE 10227

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