Ex-colaboradores InJQ
Crises convulsivas febris

O episódio convulsivo é sempre um temor dos pais. As crises convulsivas febris ocorrem na vigência de febre, na ausência de infecção intracraniana, é um evento próprio da infância, ocorrendo entre 3 meses e 5 anos (pico 20 meses), excluindo-se crianças que já tiveram crises afebris.
Causas mais comuns são as infecções virais de trato respiratório superior que ocorrem nesta fase. A rápida elevação da temperatura e liberação de substâncias como as citocinas inflamatórias que causam uma excitabilidade neuronal, associado a fatores hereditários e um cérebro imaturo mais predisposto a crises, favorece a ocorrência de convulsões nesta faixa etária.
Dividimos as crises febris em dois tipos. Crises simples- 75% casos, crises tônico-clônicas generalizadas de breve duração (nunca ultrapassando 15 minutos) e que não se repetem em 24 horas. Crises complexas ou complicadas-25% casos, focais ou muito prolongadas (duração maior de 15 minutos) ou recorrem em 24 horas.
A investigação complementar, com exames laboratoriais pode ser necessário para o esclarecimento da causa da febre. Quando a causa não está evidente a suspeita de infecção de sistema nervoso central como meningite deve ser levantada. Eletroencefalograma e exames de imagem com ressonância magnética e tomografia somente estão indicados para crises complexas ou com alterações em exame neurológico.
O prognóstico é favorável na maioria das crianças e geralmente não é necessário o uso de medicação. Fatores de risco para recorrência de crises febris são:
História familiar de epilepsia
Presença de crise febril complicada
Alteração do exame neurológico
Se um ou mais fatores para recorrência estiver presente, associado a alterações em exames, o tratamento profilático poderá ser realizado. A escolha do melhor tratamento deve ser individualizada de acordo com o tipo de crise e realizados juntamente com a família.
Dra Bárbara Sawitzki Jost
Especialista em Pediatria-RQE- 16823
Especialista em Neurologia Pediátrica- RQE-16849