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Conhecendo a Síndrome de Tourette


A síndrome de Tourette é um distúrbio neuropsiquiátrico caracterizado pela presença de tiques, que podem ser motores, e por pelo menos um tique vocal em algum momento durante a doença. Tiques são movimentos ou vocalizações súbitas, rápidas, recorrentes, não rítmicas e estereotipadas. Tais sintomas se iniciam antes dos 18 anos de idade, mais comumente durante a infância, e ocorrem várias vezes ao dia, em quase todos os dias. Podem acometer mulheres, mas são mais frequentes no sexo masculino.

As causas da síndrome ainda não estão bem estabelecidas. Percebe-se que sua frequência é maior entre familiares, sendo portanto considerada um distúrbio genético. Eventualmente atinge estágios classificados como crônicos, porém, na maior parte dos pacientes, os sintomas vão aos poucos amenizando e diminuindo no decorrer da vida adulta. Casos graves em adultos são raros.

O distúrbio causa sofrimento significativo e pode acarretar constrangimento quando não conhecido o diagnóstico, sendo os tiques interpretados por pessoas do convívio como “manias”, desde os mais simples, como piscar, contrair os músculos da face, franzir a testa, pigarrear, movimentar a cabeça, ou até mesmo movimentos mais complexos que se assemelham a atos propositais, como tocar objetos próximos. Em um número menor de casos, pode ocorrer coprolalia (vocalização de palavras obscenas, afirmações depreciativas e socialmente impróprias).

Nas crianças, os sintomas podem afetar consideravelmente o desempenho escolar e as relações interpessoais, tornando muito importantes a identificação da doença e um tratamento adequado e individualizado, que se baseia no uso de alguns medicamentos e principalmente psicoterapia. Com o acompanhamento, também podem ser identificados e tratados distúrbios que frequentemente estão associados, como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, ou mesmo o transtorno obsessivo-compulsivo. A criança diagnosticada com síndrome de Tourette não precisa interromper suas atividades escolares, visto que ela tem capacidade de aprender, como todas as outras que não apresentam o problema. Não há necessidade de ensino especial, mas deve-se conversar com os professores sobre o problema de saúde da criança, para que eles possam ajudar no seu desenvolvimento de forma positiva e evitar assim o isolamento que pode levar também a um quadro depressivo.

Dra. Thaise Bonetti

Médica Psiquiatra | CRM 15628 | RQE 16481

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