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  • Foto do escritorDr. José Aires Maggi Coelho

Depressão e Cardiopatias


O aumento da mortalidade devido a doenças cardiovasculares em pacientes depressivos pode chegar a 40%. Nos pacientes com cardiopatia a prevalência de depressão varia de 15% a 30%, podendo ser ainda mais elevadas em pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio (IAM) internados em unidades coronarianas. A gravidade do prejuízo funcional após IAM, história de depressão no passado e baixo suporte social e familiar são causas importantes de transtorno depressivo.

Fatores como dificuldade de adesão aos programas de tratamento medicamentoso, de reabilitação cardiovascular e os outros fatores como tabagismo, hipertensão, diabetes, obesidade, aumento do colesterol, aumento da coagulação sanguínea, além do fator estressor da própria doença estão implicados no mecanismo para desenvolvimento ou piora da depressão e também dos problemas cardiovasculares.

Segundo estudos, a presença de sintomas depressivos pós IAM não diagnosticados, aumentam o risco de eventos cardíacos graves. O risco de morbidade e mortalidade é maior para pacientes posam que apresentam história pregressa de transtorno depressivo. Existem evidências que os sintomas da depressão (humor depressivo, desânimo, desesperança e sentimento de culpa) são melhores preditores para cardiopatias do que os sintomas somáticos (alterações do sono e falta apetite, por exemplo), sendo o sintoma “desesperança” o mais importante entre eles, pois desestimula o paciente a seguir as orientações de cuidados e uso correto da medicação. Apesar disso, os sintomas somáticos da depressão também devem ser levados em consideração na avaliação diagnóstica. A hipertensão arterial, outro fator de risco para doenças cardíacas, parece ocorrer mais em pacientes com sintomas depressivos e ansiosos.

O transtorno depressivo é frequente em várias patologias clínicas cardiológicas crônicas, e quando está presente acaba levando a piores evoluções dessas doenças, pior aderência aos tratamentos, pior qualidade de vida, e maior mortalidade como um todo. A depressão nesses pacientes é frequentemente subdiagosticada e, quando diagnosticada corretamente, muitas vezes é subtratada. Pelas potenciais consequências e prejuízos que a depressão causa ao indivíduo, o diagnóstico e tratamento adequados são necessários em busca da remissão dos sintomas. É bom ressaltar que é fundamental o diagnóstico e tratamento da doença de base, uma vez que a depressão e as doenças clínicas quando juntas tendem a piorar tanto uma quanto a outra.

José Aires Maggi Coelho

CRMSC 12189

Jose.aires@injq.com.br

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