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  • Foto do escritorDr. José Aires Maggi Coelho

“Skin-picking”: o Transtorno de Escoriação


O transtorno de escoriação (ou "skin-picking") é uma condição psiquiátrica caracterizada pelo comportamento compulsivo e repetitivo de beliscar a pele.

Ele pode causar danos graves à pele e resultar na necessidade de vários tratamentos dermatológicos. O transtorno de escoriação tem uma prevalência de 15% na população em geral e é mais comum em mulheres do que em homens.

A natureza repetitiva do comportamento de escoriação é semelhante aos rituais compulsivos repetitivos encontrados no Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). É comum também os pacientes procurarem dermatologistas pelas características relacionadas à lesão de pele.

A causa do comportamento de se beliscar é desconhecida. Algumas teorias sugerem que esse comportamento seja uma manifestação de raiva reprimida contra pais autoritários. Esse comportamento pode estar associado a conflitos pessoais, em que os indivíduos beliscam a pele e realizam outros atos autodestrutivos para se afirmarem ou apenas como um meio de aliviar o estresse, por exemplo. Outras teorias falam sobre anormalidades no metabolismo de neurotransmissores como serotonina, dopamina e glutamato.

Os pacientes podem sentir muita ansiedade antes de arranhar, e alívio e gratificação depois. Muitos reconhecem o ato de arranhar como um meio de aliviar o estresse, a tensão e outros sentimentos negativos. Apesar do alívio sentido ao arranhar, eles frequentemente se sentem culpados ou constrangidos por esse comportamento.

Os locais mais comuns das escoriações são a face, as pernas, os braços, o tronco, as mãos, as cutículas e os dedos. Em casos graves, os arranhões na pele podem resultar em desfiguração física e consequências médicas que requerem intervenções clínicas ou cirúrgicas (enxertos de pele, por exemplo).

Os critérios diagnósticos para o transtorno de escoriação requerem: arranhões recorrentes, que resultam em lesões de pele e tentativas repetidas de reduzir ou parar com os arranhões. Estes devem causar sofrimento ou prejuízo funcional.

É importante descartar outras doenças que produzam vontade de coçar, tais como eczema, psoríase, diabetes, doença de bexiga ou fígado, doença de Hodgkin, policitemia vera ou lúpus sistêmico. O comportamento de beliscar a pele também pode ser visto na síndrome de Prader-Willi (97%).

O tratamento do transtorno de escoriação é realizado com uso de medicamentos (psicofármacos), acompanhamento psiquiátrico, avaliação dermatológica e clínica (para descartar outras patologias) e Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).

Dr. José Aires Maggi Coelho

Médico Psiquiatra

CRM-SC 12.189 | RQE 17.439

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