Ex-colaboradores InJQ
Ronco, um sinal de alerta

Apesar de ser comum a queixa de roncos durante o sono, esse sintoma pode ser considerado um sinal de alarme de que algo pode não estar indo bem durante a noite. O ronco acontece quando há algum ponto de obstrução na via aérea, devendo ser investigado pelo médico qual o nível e a intensidade dessa obstrução.
Algumas vezes, o ronco pode estar associado a apneias obstrutivas (quando há obstrução quase total da via aérea) ou hipopneias (quando há obstrução parcial da via aérea). Tais eventos (apneias e hipopneias), dependendo do número de vezes que ocorrem por hora, podem levar a sérias consequências para a saúde, tais como maior risco de mortalidade, diabetes, infarto e AVC.
O exame indicado para determinar se os roncos estão associados a eventos de apneias/hipopneias é a polissonografia noturna.
Esse é um exame em que são registrados, durante toda a noite, a atividade elétrica do cérebro, o fluxo de respiração, os movimentos do tórax e do abdômen e o movimento de pernas durante o sono. Durante a noite do exame, é registrada a ocorrência dos roncos e das apneias/hipopneias para, assim, determinar a gravidade do quadro e o tratamento mais indicado.
Importante ressaltar também que nem todas as pessoas que têm apneia do sono roncam. Existem pessoas que têm apneia do sono e não apresentam roncos. Isso acontece particularmente nas mulheres, o que acaba atrasando o diagnóstico.
Portanto, mesmo que o ronco pareça algo comum e “inocente” durante o sono, é sempre importante procurar por avaliação médica a fim de determinar se há necessidade de algum tratamento específico, evitando atrasos no diagnóstico e risco de outras doenças.

Drª. Aline Vieira Scarlatelli Lima Bardini
Médica Neurologista
Especialista em Medicina do Sono
CRM-SC 17.013 | RQE 8.843, 9.831 e 14.928