Dr. Roberto Alves de Oliveira
Mindfulness: benefícios científicos da técnica de atenção plena
Conheça os benefícios científicos na saúde mental da prática Mindfulness, o estado de consciência quando se dá atenção plena às próprias experiências, no momento presente, sem julgamentos e com aceitação.

O sofrimento psicológico, cada vez mais prevalente na população global, se apresenta de diversas formas, entre elas a ruminação (julgamento excessivo das situações vividas e que resulta em sensações como tristeza, culpa e desânimo), a ansiedade, a preocupação demasiada e a raiva, desenvolvidas, muitas vezes, como reação à má adaptação a eventos angustiantes.
O enfrentamento e a prevenção dessa condição podem acontecer por meio de um método antigo, mas nada ultrapassado: o mindfulness, também conhecido como "atenção plena" ou "consciência plena".
A prática mindfulness é usada há mais de 2.550 anos como parte de tradições espirituais, especialmente a budista. Foi aplicada à esfera secular, como alternativa no tratamento do sofrimento psíquico, desde a década de 1970, com algumas adaptações para o contexto científico-ocidental.
Então, a prática mindfulness é compreendida como a consciência quando se dá atenção às próprias experiências, no momento presente, sem julgamentos e com aceitação.
A literatura demonstra que a técnica mindfulness é capaz de melhorar a qualidade de vida de muitos indivíduos, sendo benéfica na redução de:
estresse;
ansiedade;
reincidência de episódios depressivos;
insônia;
dor crônica;
dependência de substâncias (como o tabagismo e uso de drogas ilícitas);
transtornos alimentares;
autolesão;
impulsividade;
e pensamento suicida.
Os mecanismos biológicos envolvidos nessas respostas são potencialmente relacionados a um efeito anti-inflamatório, da redução do cortisol (hormônio do estresse), da alteração na massa cerebral e dos níveis de neurotransmissores.
Há vários graus de evidência de pesquisa que dão suporte para o uso da atenção plena mindfulness, ou da psicoterapia com a atenção plena. Pode ser um tratamento único ou em associação aos psicofármacos para transtornos mentais. A indicação e efetividade são individualizadas, por isso, em caso de sofrimento mental, o acompanhamento com um profissional qualificado é indispensável.
Referências científicas

Roberto Alves
Médico Psiquiatra
CRM-SC 19.746 | RQE 17.272
Colaboração: Maria Eduarda Mendes Botelho