Ex-colaboradores InJQ
Diagnóstico precoce do autismo: primeiros sinais.

Ainda seguindo o tema do dia mundial de conscientização do autismo que ocorreu no último dia 02 de abril, chamamos a atenção para o diagnóstico rápido, que ganha cada vez mais destaque.
Em publicação anterior, já havíamos comentado a respeito da lei 13.438/2017, que torna obrigatória a triagem para a avaliação de riscos para o desenvolvimento psíquico das crianças pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), através de questionários estruturados e padronizados, para crianças a partir de 18 meses de idade.
Também muito se comenta sobre a importância da realização do diagnóstico precoce, visto que quanto mais rápida for à intervenção, assim que os primeiros possíveis sintomas apareçam, ganha-se um tempo precioso para a estimulação cerebral. Mas quão precoce é possível se detectar o autismo?
De acordo com a Academia Americana de Pediatria, o TEA é extremamente difícil de diagnosticar antes de 24 meses de idade, uma vez que os sintomas vêm à tona entre os 12 e 18 meses. Assim, sugere-se que antes disso, o foco deva ser voltado não para a presença de sintomas de autismo e sim para o inadequado desenvolvimento neurológico (quando a criança não atinge os marcos do desenvolvimento esperados para a sua idade).
Listamos abaixo, então, alguns marcos de fundamental importância entre os 6 e 12 meses de idade. A ausência ou o atraso na aquisição dessas habilidades deve chamar a atenção:
Aos 6 meses de idade a criança deve:
Responder quando chamada pelo nome;
Responder as expressões emocionais de outras pessoas, parecendo feliz;
Imitar sons
Gostar de brincar com os outros, especialmente com os pais.
Aos 12 meses de idade a criança deve:
Usar gestos simples como sinalizar um “não” com a cabeça ou “acenar”;
Conseguir dizer “ma-ma” ou “pa-pa”;
Responder a perguntas simples.
O autismo, de fato, é um transtorno de diagnóstico criterioso; contudo, a orientação é que mesmo sem a confirmação definitiva, a intervenção precoce seja instituída tão logo tais sinais sejam observados. Sabe-se que quanto mais precoce a criança iniciar a estimulação, mais chances terá de desenvolver-se de forma a melhorar seus aspectos funcionais, principalmente no domínio sócio-adaptativo e de comunicação, ampliando, assim, sua participação social, ao longo da vida.
Dr. Jaime Lin
CRM/SC 11401
Especialista em Pediatria – RQE 8287
Especialista em Neurologia Pediátrica – RQE 8330